Notícia e fotografias
8 a 10 de novembro de 2024
ecclesia.pt/cevm
Testemunho do Luís Fernandes
na Etapa do Propedêutico
Espero servir a Deus de todo o coração. Embora reconheça muitas das minhas fragilidades, estou disposto a acolher o chamamento de Deus e a colocar-me ao serviço d’Ele, da Igreja e do mundo. Ao mesmo tempo, esta esperança em Deus (re)direciona-me continuamente para a construção do Reino de Deus no mundo, para a construção de um mundo melhor com mais humanidade e uma maior presença de Deus, que chama todos para um projeto de vida em felicidade e santidade.
Bem, posso esperar tudo, pois Deus é capaz de tudo. Eu espero conhecer pessoas novas e desafiá-las a irem à descoberta dos caminhos de Deus, os caminhos que são de percurso voluntário e de livre-arbítrio. Espero poder contemplar esta chama que é a fé no meio das tempestades da vida.
Espero que o Senhor seja tudo em todos. Ele é "a esperança que não engana" (Rm 5,5). Espero que, em Igreja e para o mundo, possamos viver alimentados por um realismo esperançoso, atentos às necessidades corporais, psicológicas e espirituais dos irmãos e capazes de tecer relações transmissoras da paz que só Ele nos pode dar.
Espero que muitos mais corações se abram ao nosso bom Deus, deixando de lado toda a frieza que a rotina pode trazer a tantos corações, e que o amor ao próximo floresça e renasça dentro de cada um de nós!
Posso esperar que nesta contínua configuração a Jesus Cristo, o Bom e Belo Pastor, cada vez me deixe mais habitar por Ele, fazendo tudo o que Ele me diz. Posso esperar que o caminho próprio da vocação seja percorrido por mim nas sendas do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Posso esperar que os meus gestos O revelem cada vez mais. Posso esperar ser um sinal de comunhão e unidade na Igreja, ajudando-a a manifestar cada vez mais o que é chamada a ser: Corpo de Cristo.
Espero buscar e aperfeiçoar os meus dons para o serviço a Jesus Cristo e ao próximo. Espero que Ele nos capacite para assumir e corresponder verdadeiramente à sua missão. Espero que vivamos todos em Cristo e Ele em nós para que sejamos todos irmãos. Por isso, a minha tarefa é estar com o coração aberto para que a graça de Deus se manifeste na minha vida.
Acolher o Dom da Vocação Presbiteral, mais do que esperar que os padres "caiam do céu", implica perscrutar as sementes que Deus semeou nas comunidades, para que delas brotem as vocações daqueles que serão chamados, acompanhados, formados e enviados para servir o Povo de Deus. Sempre através da mediação de uma escuta ou olhar atento por parte de todos os adultos que têm responsabilidades educativas, procuremos cuidar dos sinais presentes no coração dos mais novos.
Alguém perguntava: É possível escolhermos os padres que queremos?
Ao que se pode responder, realisticamente: à chegada não, mas à partida sim, na escuta, no acolhimento e no acompanhamento cativante dos rapazes que apresentam qualidades naturais e predisposição livre para esta vocação, nas famílias, nas paróquias, nas escolas, nos movimentos, nos grupos, na estrada...
A Vocação Presbiteral, antes de ser uma "importação" na emergência dos serviços pastorais, é um Dom que emerge da pertença batismal nas comunidades da diocese, para o serviço da Igreja particular e para a missão da Igreja universal.
Assim, sugere-se a contemplação das seguintes etapas diocesanas como contributo para organizarmos de forma corresponsável (sinodal) o processo do acolhimento deste dom ─ à partida e à chegada ─, por etapas que a Mãe Igreja transmite como adequadas para a formação dos futuros presbíteros, respeitando sempre que a vocação é o diálogo entre duas "autoridades": a de Deus que (ch)ama e a de cada pessoa que escuta e responde.
Nas paróquias, nas famílias, grupos, nos movimentos, associações e obras...
Testemunhos dos padres, seminaristas, catequistas, pais e educadores, professores...
Momentos de celebração, reflexão, retiro, silêncio...
Acompanhamento espiritual por parete de animadores vocacionais...
Encontros diocesanos ou arciprestais do Pré-seminário...
Seminário Maior Interdiocesano: Ano Propedêutico + 6 anos de itinerário vocacional/estudos...
Estágio pastoral, sob a orientação de um ou mais presbíteros...
Através da celebrtação e vivência do diaconado...
Através do acolhimento no Presbitério, com a celebração e vivência do presbiterado...
Na Diocese, "ad intra" e "ad extra", na perspetiva missionária...
«Há sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos, profissionais e até jovens qualificados, que podem acompanhar os jovens no seu discernimento vocacional. Quando nos toca ajudar o outro a discernir o caminho da sua vida, a primeira coisa a fazer é ouvir.» (CV 291) O acompanhamento personalizado tem-se sublinhado como aquele "outro lado da barca" a que somos convidados a lançar a "rede" humana da Igreja.
Acompanham os pré-seminaristas na Diocese de Viseu, de forma personalizada, a partir do seu contexto de vida familiar, os seguintes acompanhadores (andamos à procura de mais):
A existência de um grupo que caminha no discernimento da vocação e as atividades ou dinâmicas que se possam desenvolver, servem de apoio complementar à caminhada do discernimento pessoal. Propõem-se três encontros presenciais, nas férias do Natal, da Páscoa e do Verão:
(Mais pormenores em breve)
Aqui atualizar-se-á a resposta a perguntas frequentes em relação ao acompanhamento no Pré-seminário e à admissão ao Seminário Maior Interdiocesano.
Para além da participação na Catequese, quer se tenha terminado ou não o percurso catequético, é importante alguma experiência de participação da comunidade através do envolvimento em algum dos seguintes setores: leitores, acólitos, coro, grupo de jovens, algum movimento eclesial, etc.
No mínimo durante um ano. Se os responsáveis do Pré-seminário considerarem útil para o aprofundamente e crescimetno vocacional poderá ser preciso mais de um ano.
É preciso ter o 12º ano completo e o exame nacional positivo a Português (certificado válido dentro de 3 anos). Os maiores de 23 anos serão sujeitos a um exame especial de acesso ao ensino superior na Faculdade de Teologia.
O primeiro e essencial testemunho que um pré-seminarista pode dar é o da fé em Jesus Cristo, através de um modo de estar que deixa transparecer a sua amabilidade para com todos.
Pode acontecer que sim e será bom que assim não seja. Ser padre é uma das formas de concretizar ser discípulo-missionário. Se a formação sacerdotal implica fazer a experiência do Seminário, na verdade ninguém tem vocação para ser seminarista. O objetivo é ser enviado a servir. Quem, por medos irracionais, quer fugir do mundo pode não poder vir a ser capaz de servir as pessoas no mundo.
Só dentro de um percurso catequético em que o rapaz é acompanhado desde a família e dentro da comunidade é que se pode fazer a experiência do seguimento de Cristo que permitirá, mais tarde, vir a ser configurado com Ele, a partir da formação dos candidatos ao sacerdócio ministerial.
A partir dos 15 anos de idade. Até a esta idade aconselha-se que o acompanhamento seja feito na família e na paróquia, pelos pais/educadores, pároco e catequistas.
Para um rapaz ser admitido como aspirante no Seminário Interdiocesano, é preciso:
• Ser apresentado pelo pároco ao responsável diocesano das vocações
• Ser batizado e confirmado na fé
• Ter consciência de ser discípulo de Jesus Cristo
• Ter sido aocmpanhamento pelo menos durante um ano no Pré-Seminário
• É preciso a concordância dos responsáveis do Pré-seminário
• A admissão ao Seminário Intrediocesano deverá ser u m ato livre por parte do aspirante
• A admissão ao Seminário Interdiocesano depende sempre da atestação do Bispo diocesano, depoi sdo parecer da equipa do Seminário Maior Interdiocesano
O papel dos párocos é imprescindível. Os párocos são indicados na Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis como agentes da formação sacerdotal (n.º 129), "partilhando da sua [do Bispo diocesano] solicitude pela formação dos candidatos, através da oração, do afeto sincero, do amparo e das visitas ao Seminário». São chamados a colaborem generosamente com a comunidade dos formadores do Seminário através de um diálogo franco e concreto, através de modalidades práticas conforme as etapas do processo formativo. Se se der o caso de um jovem bater à porta do Pré-seminário manifestando o seu sonho de ser padre, uma das primeiras relações que os responsáveis do acompanhamento hão de certificar é a sua relação com uma paróquia e o respetivo pároco. Faz sentido ligar, à partida, a relação com Cristo que passe pela relação com um pároco, uma vez que, se se confirmar esta vocação, se vai viver toda a vida em Presbitério.
Atualmente, por princípio, nenhum aspirante entra diretamente na formação sacerdotal no Seminário Maior Interdiocesano. É necessário um discernimento mais aprofundado e uma formação humana específica antes da entrada na comunidade propriamente dita do Seminário Interdiocesano, com os conteúdos e objetivos previstos na Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis da Igreja.
Como qualquer outra vocação de especial consagração, a par da Vida Consagrada e, até, do Matrimónio, o Ministério Sacerdotal só pode ser entendido como graça ou dom, e não como direito. Não é uma profissão, mas uma vida inteira doada ao serviço dos outros. Por isso, a Igreja é mediadora da sensibilização e da formação para o acolhimento e vivência deste dom. O bispo diocesano, em última análise, é o que deve discernir quais os jovens que estão aptos para viver este ministério sacerdotal.
Alguém poderia pensar que para ser padre bastaria gostar das "coisas da Igreja", mas estaria enganado. A vocação também pode nascer de um dentro de uma experiência de estudos ou na universidade, quer dizer, Deus pode apresentar-Se com o chamamento dentro do desenvolvimento intelectual do jovem. É importante querer estudar e ter boas qualificações no estudo, uma vez que de uma boa preparação intelecutal dependerá o desempenho missionário do presbítero. Uma boa preparação intelecutal dependerá a realização do Curso Filosófico-Teológico que tem a duração de 6 anos.
Claro que sim. A escuta do chamamento de Deus e a resposta do ser humano não têm idade. O que é preciso é um acolhimento e acompanhamento e discernimento da descoberta vocacional em Igreja, uma vez que a vocação a ser padre não é um direito pessoal à partida, mas um dom a ser encontrado, acolhido e a ser doado para o bem de todos. A eventual admissão de jovens adultos ao Seminário Maior Interdiocesano não escusa do acompanhamento prévio na diocese pelo menos durante um ano.
São 4 as dimensões da formação presbital em todas as suas etapas (formação inicial e permanente os padres), a saber:
• A dimensão humana
• A dimensão espiritual
• A dimensão intelectual
• A dimensão pastoral
A dimensão espiritual, como eixo, unifica toda a formação.
No n.º 2 do Decreto Conciliar "Optatam totius", a Igreja diz que "as famílias, que animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade, são como que o primeiro seminário". Por isso, é sempre importante o envolvimento dos pais e/ou educadores no acompanhamento do discernimento vocacional dos seus filhos/educandos.
Não. O jovem que escuta, discerne e procura responder à eventual vocação a ser padre, com a ajuda de um acompanhante espiritual, só é definitivamente chamado pelo Bispo aquando dos escrutínios para a Ordenação Diaconal. Até lá é um aspirante (antes da Admissão entre os candidatos às Ordens sacras) ou candidato (depois de admitido). Durante este percurso, após a Admissão entre os candidatos às Ordens sacras (que acontece após o 3º ano), cresce na vivência dos ministérios do Leitorado e Acolitado. Estes, porém, não são indicadores definitivos de que vai ser padre, mas marcos significativos que ajudam a avaliar e certificar o seu crescimento no discipulado e na configuração com Cristo.
Claro que sim. Parecia ser um contrasenso se um pré-seminarista não fosse batizado. O acompanhamento do Pré-seminário não substitui a participação na Catequese a par dos Sacramentos da Iniciação Cristã que se preparam e celebram nas paróquias. A descoberta e o discdernimento de uma vocação cristã decorre da Iniciação à Fé.
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
↓
«Que posso eu esperar?»
(cf. Salmo 39,8)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.